Chapada: Brigadista denuncia descaso do governo

Foto: Reprodução

Cerca de 28 dias após o inicio dos sucessivos incêndios que atingem a Chapada Diamantina, a região continua queimando. O motivo? De acordo com brigadista , o descaso do governo. “Hoje a situação lá é que o fogo está descendo a serra, só aumenta. Os voluntários do Capão estão dia e noite subindo a serra, eu passei quatro dias na Serra da Moitinha apagando o fogo. Sou bombeiro civil voluntário, fui com dinheiro emprestado, estou desempregado. É extremamente exaustivo chegar ao local do fogo, subir a serra a pé, cheio de equipamentos nas costas,” conta o bombeiro, Augusto Vianna.

Ainda segundo Vianna, a situação vivida pelos brigadistas  é preocupante. “As aeronaves só vão uma vez e olhe lá, só fazem o que querem, deixam de resgatar os voluntários que estão lá a mais de 24 horas, já sem comida e água.  O governo mandou o avião Hércules jogar água, mas sem nenhum tipo de organização, a metade do liquido fica no vento, não faz muita diferença.

Teve até incêndio que inflamou depois que o Hércules passou. O helicóptero do exercito, responsável por buscar os brigadistas, teria que pegar as pessoas seis da manhã. Os brigadistas ficam no campo esperando, mas a aeronave demora. Na hora do almoço, os voluntários ficam lá em baixo no sol, inalando fumaça, com fome, sem água, esperando e eles só passam muito depois. O que é mostrado é que o governo está mandando helicóptero e que o fogo não esta sendo apagado por outro motivo, mas isso não é verdade,” explica.

De acordo com o voluntario do SOS Chapada Diamantina, Bruno Veronez, os aviões e os homens disponibilizados pelo governo não são suficientes para conter o desastre. “Os aviões de combate às chamas não estão dando conta na região norte. Existem 120 homens do corpo de bombeiros, mas não conseguem acesso às regiões mais difíceis, já que não conhecem o terreno. Por isso, a maior parte do trabalho é realizado pelos brigadistas, voluntários que tem a capacidade de debelar as chamas nesses locais, mas tem um déficit de equipamento e de outros insumos como alimento e água,” relata.
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