Cunhado nega ter matado sobrinha-neta de José Sarney

Foto: Reprodução
Mariana Menezes de Araújo Costa Pinto, sobrinha-neta do ex-presidente José Sarney, morreu por asfixia, segundo confirmou a perícia. A polícia afirma que a jovem sofreu estrangulamento e foi sufocada com ajuda de um travesseiro. Em coletiva de imprensa, o delegado-geral da Polícia Civil do Maranhão, Lawrence Melo, afirmou que o cunhado da vítima, Lucas Leite Ribeiro Porto, 37, é o único suspeito pelo crime. Lucas nega qualquer envolvimento com a morte da cunhada. Ele está preso no Centro de Triagem do Complexo Penitenciário de Pedrinhas.

“A investigação vai precisar que ela tenha continuidade, inclusive, para se esclarecer posteriormente a motivação desse fato. Posso afirmar com precisão já que houve sim um homicídio; que a causa da morte foi inicialmente uma tentativa de esganadura, mas possivelmente uma sufocação e isso corrobora com provas testemunhais, considerando que a pessoa que encontrou a vítima disse que ela estava despida na cama de seu quarto com o travesseiro sobre o seu rosto. Outras evidências apontam o seu Lucas como sendo a única pessoa que esteve na companhia da vítima no período que é apontado como o momento de sua morte”, explicou o delegado.

O delegado diz que imagens do circuito interno do condomínio mostram o suspeito agitado depois de deixar o apartamento de Mariana. “Câmeras que são localizadas na residência da vítima, no condomínio onde ela morava, apontam isso, mostram o seu Lucas chegando e posteriormente descendo do nono andar pelas as escadas. Ele não utiliza o elevador. Ele desce correndo e está com uma aparência de estar transtornado com algum evento grave que teria acontecido. Ao chegar no térreo ele passa a mão no rosto, faz uma ligação. Essa ligação posteriormente ele nega", diz.

Outro ponto apontado como suspeito pelo delegado é que Lucas teria tentado apagar evidências. "Ficou demonstrada é que o senhor Lucas tenta apagar diversas evidências que tanto colocam ele no local do crime como, por exemplo, ele apagou registros do celular, ele se desfez das roupas que ele utilizava no momento em que ele visita o apartamento da vítima e se negou a entregar as imagens do condomínio no qual ele é sindico, no qual ele reside para que se fique demonstrado o horário em que ele chega nesse condomínio. O fato é que a investigação aponta que ele não foi diretamente para o seu apartamento. Ele foi para a sauna do condomínio onde ele reside como se tentasse limpar e apagar, mais uma vez, evidências aí que ligam ele a esse evento trágico”, afirma.

Lucas também tinha lesões no corpo como se tivesse se envolvido em uma briga. “Além disso, ele tinha lesões no pulso, tórax e no rosto. Lesões essas que demonstram que ele esteve envolvido em uma luta corporal. Lesões que são apontadas pela a perícia como lesões de defesa. Então, há uma possibilidade maior é que no evento no qual ele pé apontado como o principal suspeito. A vítima ao tentar se defender tenha lesionado o senhor Lucas e ele não dá nenhum esclarecimento, não dá nenhuma outra possibilidade explicando o motivo dessas lesões”.
Cunhado é apontado como único suspeito pelo crime, mas nega envolvimento
(Foto: Divulgação)
Ao G1, o advogado Jonilton Santos Lemor Junior, que defende o suspeito, reforçou que Lucas nega o crime. "Até agora a Secretaria de Segurança não apresentou qual teria sido a motivação desse crime. O Lucas nega veementemente que ele tenha assassinado a vítima. Ele não teria nenhum motivo para isso. É preciso que não se descarte outras linhas de investigação”, diz.

Ele ressalta que a defesa não teve acesso até agora às imagens citadas pela polícia. "Todo condomínio apresenta vulnerabilidades, existem inúmeros prestadores de serviços também, funcionários, outros moradores. Então o que a defesa pede é cautela, serenidade e que outras linhas de investigação não sejam descartadas”. Segundo o defensor, Lucas voltou à casa da cunhada para "conversar assunto de família".

Crime

Mariana foi achada na noite de domingo (13) em seu apartamento, no nono andar de um condomínio no bairro Turu. Ela era filha do ex-deputado estadual Sarney Neto e sobrinha-neta de José Sarney. Ela voltou para casa no domingo com as duas filhas, de 9 e 11 anos, e o cunhado. Depois, as duas meninas desceram para a piscina e o cunhado, que tinha saído do apartamento, é visto chegando novamente. Cerca de meia hora depois, imagens de segurança flagraram quando ele deixa o local descendo correndo pelas escadas. 

O corpo da vítima foi velado na Igreja Batista do Olho d'Água. O sepultamento aconteceu durante a tarde no cemitério Parque da Saudade.
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