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| Foto: Reprodução | 
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, emitiu parecer nesta 
segunda-feira contrário ao pedido de auditoria especial solicitado pelo 
PSDB ao Tribunal Superior Eleitoral sobre o resultado do segundo turno 
das eleições presidenciais. Janot, que é também procurador-geral 
Eleitoral, considerou o pedido uma extravagância, sem previsão legal e o
 classificou como "temerário" e "de imprudência à toda prova". Ao pedir a
 auditoria das eleições, de acordo com o PGR, os tucanos criam risco de 
uma situação de instabilidade.
Janot considera que o 
pedido, baseado em comentários feitos nas redes sociais, "não tem lastro
 em um único indício de fraude". "O requerimento é, pois, temerário, 
pois visa a promover gravíssimo procedimento de auditoria sem qualquer 
elemento concreto que o justifique, baseando-se exclusivamente em 
especulações sem seriedade efetuadas em redes sociais", escreveu o 
procurador.
Saiba mais: PSDB pede auditoria especial do resultado das eleições ao TSE
O volume de manifestações nas redes sociais 
relativas às eleições, segundo Janot, faz parte de uma nova realidade. 
"As redes sociais foram transformadas em local propício para a 
transmissão do descontentamento de parte das pessoas com a resultado das
 eleições de 2014, o que muitas vezes resulta em comentários desairosos,
 ou até mesmo criminosos, circunstância alimentada pelo anonimato de 
seus usuários", avaliou.
As manifestações na internet, diz 
Janot, podem até ser explicáveis. O que não se pode, entendeu o PGR, é 
justificar a postura de um partido político de "em se baseando 
unicamente em comentários formulados em redes sociais, em boatos muitas 
vezes camuflados pelo anonimato", pretender a instauração de um 
procedimento que além de não estar previsto na legislação "pode 
comprometer a credibilidade" do sistema eleitoral. "Tal medida é de uma 
imprudência à toda prova, dada a real possibilidade de criar uma 
situação de instabilidade social e institucional", critica o procurador.
Janot
 defende, por exemplo, a divulgação da apuração parcial das eleições 
apenas após o fechamento de todas as urnas, inclusive em Estados com 
fuso horário distinto, como o caso do Acre. Ele aponta ainda que o 
sistema eleitoral brasileiro  - ao qual o PSDB "empresta tão pouca 
credibilidade", escreveu - pode ser "amplamente acompanhado e 
fiscalizado". O pedido de auditoria feito pelo PSDB foi remetido 
diretamente ao presidente da Corte, ministro Dias Toffoli. Amanhã, 
Toffoli deve discutir o tema em plenário na sessão do TSE.
Fonte: Estadão 
