CACHOEIRA: Praça da 25 homenageia data histórica

Praça 25 de junho | Foto: Aline Portela/UFRB
Por Iasmyn Gordiano
No sábado, 25 de Junho, o governador Rui Costa nomeará Cachoeira, no Recôncavo Baiano, capital baiana por um dia. Na ocasião acontecem eventos culturais na cidade, que reúne centenas de turistas e moradores da região. É assim desde 1837, quando a lei nº 43 intitulou Cachoeira a “Cidade Heroica” e a tornou sede provisória do Brasil, dando início à homenagem anual. A data é um reconhecimento à importância histórica do município, protagonista, em 1822, de uma das primeiras lutas pela Independência da Bahia, determinantes para a proclamação de Dom Pedro I imperador.

A história tem início na praça Milton Santos, na casa de número 23. No local, aconteciam reuniões entre senhores de engenho e membros de irmandade para orquestrar a libertação do Brasil das mãos da Coroa Portuguesa.  Após um desses encontros, no dia 25 de Junho de 1822, os revolucionários foram até à Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário, onde encontraram apoio da multidão. A missa “Te Deum” ocorre até hoje, em homenagem a esse dia.

Onde é a atual Praça da Aclamação, foi o local escolhido pelo engenheiro Antônio Rebolças para aclamar Dom Pedro I como o Príncipe Regente do Brasil. A ação irritou o general Inácio Luiz Madeira de Melo, resultando em um combate entre brasileiros e tropas lusitanas  que durou três dias.

Importância econômica

A principal praça de Cachoeira é a 25 de Junho ou Praça da 25, como é conhecida entre seus frequentadores. Com suas ruas apertadas, onde os quatro maiores bares da cidade estão estabelecidos, a Praça da 25 é o principal local de diversão para estudantes da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), e para os habitantes da cidade.

Funcionária de um dos bares mais antigos da praça, o Mercadinho do Preto Velho, mais conhecido como Bar do Lomba, a caixa Francine Torres, que há mais de vinte anos trabalha ali, acha que a chegada, há dez anos dos estudantes da UFRB na cidade movimentou a economia local. “Tivemos que colocar novos funcionários para atender melhor o pessoal da faculdade, e eles têm aumentado o lucro da gente”, disse. Quando perguntada sobre as diferenças ocorridas nos últimos 20 anos, Francine disse que a praça já tinha uma boa clientela. “Independente do tempo, sempre foi muito movimentada. O pessoal da prefeitura sempre colocou eventos, então essa praça é destaque”, concluiu.

Outro morador e um dos sócios da Cabana do Doidão, Miroró acha que existe uma divergência entre os estudantes da UFRB e os cachoeiranos. “É como se eles não se agrupassem”. Ainda segundo ele, a chegada da faculdade movimentou o local, porém afastou os moradores. “Isso é uma solução e um problema. Um problema porque tem greve e recesso, e quando os estudantes saem, a praça fica pura, os cachoeiranos não preenchem mais essa lacuna. São uma fonte de renda para o bar, mas a maioria das pessoas falam sobre isso já que não são uma presença fixa. É como se 80% dos clientes da 25 fossem os estudantes”, avaliou.

Diversão

Sendo o espaço mais farrista da cidade, a 25 é o local onde os estudantes se reúnem para relaxar da rotina estressante de estudos. “Eu, particularmente, curto tanto uma balada, como uma cervejinha com os amigos para colocar o papo em dia. A praça, basicamente, só oferece os barzinhos e música ao vivo. De vez em quando há alguma balada organizada por estudantes.”, disse a estudante de publicidade Iana Joaquina.

Para a estudante de jornalismo, Jéssica Batistas, a noite na 25 é uma extensão da UFRB: “A praça toda é tomada por estudantes. Isso porque é o principal e praticamente único ponto pra a gente se reunir. Uma pena encontrar lá pouquíssimas opções de bares ou bebidas e comidas. Se quisermos alguma coisinha diferente, temos que ir a um restaurante e pagar muito mais”, comentou.

O tratamento hostil de alguns moradores é uma frequente queixa dos estudantes. Para Jéssica, é difícil curtir a noite junto com os locais. “Quando estou chegando lá e vejo que tem muito cachoeirano, dou meia volta e mudo os planos da noite. Fora uma vez que um cara louco bêbado ficou me xingando a noite toda porque peguei um chapéu de uma cadeira e coloquei na do lado”, contou.  Já Iana tem experiência diferente: “Até hoje nunca me senti hostilizada por um morador, mas sempre há aqueles bêbados na 25 que incomodam e atrapalham os rolês”, pontuou.

Programação alternativa para o São João

Para o estudante de administração,  Arthur Celestino, morador de Salvador, que frequenta o São João cachoeirano desde o ano passado, a dinâmica alternativa da praça é mais atrativo do que a tradicional festa que ocorre nas ruas principais. “Os bares tem uma estética legal e músicas que fogem dos forrós. Aqui a música eletrônica agita a galera e as bandas de rock nos tiram dessa vibe junina”, disse.

Já o estudante de jornalismo, Victor Rosa, acha que a pouca diversidade de som é algo negativo. “As praças principais tem mais bandas de sertanejo do que de forró. Pra quem quer curtir um São João com forró pé de serra as opções são poucas”, pontuou.
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