Feira: PM morto após perseguição registrou queixas contra a companheira, afirma familiares

Foto: Arquivo pessoal
Os advogados da Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra), Hércules Oliveira da Silva e Hilton Oliveira Ribeiro, realizaram na manhã de hoje (30) uma coletiva de imprensa para esclarecer os fatos envolvendo o policial militar Florisvaldo Júnior, que morreu com um tiro, após perseguir o veículo onde estavam a companheira Nieve e um homem identificado como Ronaldo, na Avenida Nóide Cerqueira, no último domingo (26).

De acordo com advogado Hércules Oliveira da Silva, em nome da família do policial, a Aspra tem reunido esforços para esclarecer a conduta do policial, que segundo o defensor, era vítima da sua companheira. Ele destacou que eles não estavam separados.

“Na data de 21 de novembro de 2017, o policial registrou ocorrência na 2ª Delegacia de Polícia da cidade por lesão corporal por ele sofrida, inclusive fez exame de corpo de delito. Ao tomar ciência que o policial tinha registrado ocorrência, a companheira no dia 13 de dezembro de 2017 se dirigiu à Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) e fez um registro de ameaça e injúria, apenas para acobertar o crime por ela praticado. No dia 23 de julho de 2018, o policial mais uma vez se dirigiu à delegacia e registrou mais uma ocorrência por lesão corporal praticado também pela companheira Nieve. Na ciência dessa nova ocorrência registrada, ela se dirigiu novamente à Deam e registrou mais uma ocorrência para acobertar as práticas por violência doméstica que ela praticava. Sendo assim, quebra-se a primeira barreira colocada de forma abrupta de que o policial tinha várias ocorrências na Deam, de registros pela prática de violência doméstica. Ele era a vítima”, afirmou o advogado.
Foto: Acorda Cidade
Hércules Oliveira declarou que a violência doméstica é uma pandemia nos lares brasileiros, mas que existe uma parcela de homens que são violentados diariamente e quando se revoltam, as mulheres, para se proteger, se dirigem à delegacia especializada para fazerem registros.

“Da mesma forma temos aqui, e isso foi apresentado na Deam, quando ele foi ouvido, mensagens de redes sociais em que ela faz ameaças ao policial. Existe um histórico de violência da Nieve contra o policial. Outro ponto a ser esclarecido é que eles não estavam separados. O terceiro ponto é que em momento algum a Nieve era companheira ou namorada do autor do disparo, que naquele dia tão somente deu uma carona para Nieve, que estava em um aniversário, e se desencadeou todo aquele fato”.

O advogado Hércules Oliveira ressaltou ainda que, apesar de Ronaldo ter dito em depoimento que comprou a arma para se defender do policial, Florisvaldo nunca ameaçou o autor do disparo.

“Primeiro porque nunca esteve com ele pessoalmente, e até mesmo porque não o conhecia. Precisamos desmistificar essa situação porque os familiares do policial, seus quatro filhos, a sua mãe de 70 anos, todos ficaram desconfortáveis da forma como a Polícia Civil colocou a figura do policial militar. Era um relacionamento em que ele morava na casa da mãe, ela frequentava a casa da mãe dele e eles saiam rotineiramente como namorados. Tanto que a mãe ontem ao ser ouvida na delegacia esclareceu que a senhora Nieve, por diversas vezes, chegava à residência dela 2h a 3h da manhã para acordar o filho debaixo de xingamentos e ele saia para satisfazer as vontades dela. Esses fatos foram narrados tanto pela mãe, quanto pelo filho dele de 21 anos.”

Ele disse também que, no dia do fato, o policial se dirigiu à residência da namorada para levar algum objeto, ela informou que estaria chegando em casa, e ele resolveu aguardar.

“Ela chega de carona com o Ronaldo e se desencadeiam todos os fatos conhecidos. Não queremos desmistificar, nem esconder a conduta de que o senhor Ronaldo tenha agido em legítima defesa, mas em momento algum ele comprou a arma para se defender do policial. Essa arma ele já possuía, e nós já temos informações até da origem da arma. O policial era bom filho, bom pai, bom profissional , e um companheiro que em determinado momento da sua vida foi vítima. Mas da forma como se colocou parece que ele era um marginal. A diretoria da Aspra, através dos advogados, está acompanhando passo a passo todo o inquérito policial para preservar a imagem do policial Florisvaldo”, salientou. Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.
Postagem Anterior Próxima Postagem

نموذج الاتصال