Mulher faz denúncia por racismo após ser acusada de furtar creme em farmácia de Salvador

Foto: Reprodução
Uma moradora de Salvador denunciou por racismo um funcionário de uma unidade da rede de farmácias Drogasil, localizada dentro do Salvador Shopping, após ter sido abordada e acusada de furtar um creme preventivo de assadura no estabelecimento comercial. Maria Angélica Calmon, 54 anos, que atua como assessora de formatura e eventos, usou as redes sociais para desabafar sobre o ocorrido e relatou o caso em entrevista ao G1, nesta terça-feira (7).

Ela acredita que tenha passado pela situação pelo fato de ser negra. O caso ocorreu em 17 de abril, mas Maria Angélica contou que só trouxe a história à tona depois por ter ficado abalada psicologicamente e não ter tido coragem de divulgar o ocorrido antes. “Eu entrei na farmácia para me encontrar com minha filha, minha mãe e minha neta, que já estavam lá dentro. Minha mãe tem problemas cardíacos e é hipertensa, e tinha ido lá para comprar remédios. Enquanto elas pegavam os medicamentos, eu fiquei olhando a farmácia, vendo alguns hidratantes.

Depois que elas pagaram, saímos e fomos para a praça de alimentação”, destacou. Cerca de 2 horas depois, segundo Maria, o funcionário da farmácia foi atrás dela na praça do shopping e a acusou de furto. A mulher contou ter relatado ao funcionário que estava usando um turbante na cabeça e que não teria como ele confundi-la com outra pessoa. O homem, no entanto, continuou com a acusação. Ela afirma que decidiu, então, jogar no chão tudo que estava dentro da bolsa dela, para provar que não tinha furtado nada. “Como minha mãe e minha filha estavam em outro lugar quando ele me abordou, e eu estava apenas com minha neta, eu pedi a uma mulher que estava na praça para ser testemunha, enquanto eu esvaziava a bolsa. Joguei tudo no chão para ele ver que não tinha nada.

Só faltou eu tirar a roupa. Ele viu que realmente eu estava certa e depois ainda disse que eu não precisava fazer aquilo tudo, e saiu correndo”, afirma. A cliente conta que começou a gritar e que um segurança do shopping foi ao encontro dela para saber o que tinha acontecido. Depois, ela conta que foi orientada pela mulher que testemunhou o momento que ela esvaziou a bolsa a prestar uma queixa na unidade de atendimento ao cliente do shopping. “Fui no centro de atendimento ao cliente e depois na delegacia. A gente não pode ficar calado diante dessas situações.

Eu não tenho inimigos, mas se tivesse, não desejaria que passasse por um vexame desses. Quando eu comecei a gritar, um segurança veio, mas também não fez nada, nem foi atrás do funcionário da farmácia. Ele [o funcionário] não teve nenhuma decência mesmo diante da minha neta, que ficou traumatizada com tudo aquilo e agora tem medo até de entrar em farmácias”, destaca. A denúncia contra o funcionário foi feita na 16ª Delegacia da Pituba. Maria Angélica contou que ainda pretende levar o caso ao Ministério Público da Bahia.

Cinco dias depois do ocorrido, ela chegou a receber uma ligação da gerente da farmácia pedindo desculpas pelo que tinha acontecido. Por meio de nota, a Drogasil informou que discorda veementemente da atitude do funcionário que abordou Maria Angelica Calmon, como foi relatado. Afirmou que o comportamento do funcionário “não reflete de forma alguma os valores da Drogasil”. A Drogasil ainda afirmou que é “uma empresa com 84 anos e com valores que prezam pela ética e as relações de confiança e respeito, e valorizam o ser humano dentro e fora da empresa”.

Fonte: Voz da Bahia 
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