Após o período junino, produtos não baixam de preço

Foto: Reprodução
“Já chegamos em julho e ainda tenho que comprar milho e amendoim com preços das festas juninas. Todos os anos espero acabar o período junino para me abastecer com esses tipos de produtos, mas este ano, os preços continuaram altos do mesmo jeito”, relatou uma dona de casa que estava na feira do bairro da Sete Portas, ontem (03), pela manhã.

Para quem esperava o período das festas do mês de junho acabarem para abastecer suas despensas, terão que aguardar um pouco mais. Isso porque, mesmo esperado pela maioria, ainda não ouve baixa nos preços dos produtos juninos, como acontece todos os anos após os períodos das festas. De acordo com a comerciante Aurelina da Silva, 57 anos, os preços estão mais caros na Central de Abastecimento da Bahia (Ceasa). “Estou segurando o que posso, para não repassar os preços altos dos produtos juninos para meus clientes.

A saca de milho por exemplo, estou comprando lá na Ceasa, por quase o dobro do preço que comprei em junho, mesmo assim estou mantendo os valores iguais aqui na barraca. Isso para não perder meus clientes”, explicou Aurelina. Alguns produtos como canjica, pipoca, quentão, maçã do amor entre outros que são algumas das comidas típicas das festas juninas, neste ano, segundo a Associação Paulista de Supermercados (Apas), os preços desses produtos subiram devido à entressafra e à alta do dólar.

Mas, mesmo com o aumento dos preços, a expectativa é de crescimento de 3,7% nas vendas em comparação ao mesmo período do ano passado. O cenário mostra que dos 24 produtos típicos selecionados pela Apas, 22 apresentam inflação com a mesma época de 2018. Os maiores aumentos foram observados no limão (19,5%), laranja (15,9%) e maçã (10,2%). A entressafra do leite também encarece os derivados: o creme de leite aumentou 14,91%.

A boa notícia é o preço do açúcar, que caiu 4,44%. O vinho, um dos ingredientes para a produção do quentão, vem sofrendo com o aumento desde 2018 (7,3%) e permanece em alta nos últimos 12 meses. O motivo é o valor do dólar, que encarece os importados e alguns insumos para a produção nacional.

Uma pesquisa feita pela Fundação Getulio Vargas (FGV), também destaca que os preços dos produtos utilizados no preparo dos pratos típicos de festas juninas tiveram alta de 9,15% nos 12 meses compreendidos entre junho de 2018 e maio deste ano, superando a inflação acumulada no período pelo Índice de Preços ao Consumidor-10 (IPC-10).

Entre os produtos procurados pelos consumidores, destaque para a batata-inglesa, que subiu 98,13%, couve (24,43%), farinha de trigo (21,75%), leite de coco (17,80%). O economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre-FGV) e coordenador do IPC, André Braz, analisou que produtos como a batata-inglesa apresentam essas "taxas extremas" em alguns momentos do ano.

Fonte: Tribuna da Bahia 
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