Cachoeira: Moradores da Imbiara de Baixo passam por inúmeras dificuldades; 'falta quase tudo'

Água do rio utilizada pelos moradores. Detalhe: a garrafa é incolor 
Os moradores da Imbiara de Baixo, comunidade quilombola da cidade da Cachoeira, no Recôncavo Baiano, estão passando por diversas dificuldades, pois, na localidade rural falta quase tudo, menos a esperança de dias melhores.

A reportagem do Diário da Notícia esteve na comunidade e entrevistou moradores que relataram as principais dificuldades que eles passam. Segundo Ângela Santos, o transporte escolar está numa situação precária, levando riscos às crianças que precisam ser transportadas. 

"O carro dos meninos aqui da Imbiara está remendado, está todo quebrado e não têm condições da criança ir de casa pra o Calolé correndo risco de vida," diz. Ainda segundo Ângela, várias partes do veículo estão armengadas. 

"A porta tá amarrada com borracha. Tem um rombo enorme no fundo do carro, não tem farol, não tem nada," reclama.
Ponte em situação precária levando riscos a quem precisa passar
A moradora Bárbara de Lima disse que a situação da Imbiara de Baixo está realmente muito difícil para eles sobreviverem com um mínimo de dignidade. 

"A situação da Imbiara de Baixo está um caos! A estrada da gente é por trás da Cascalheira e o ônibus não está podendo passar porque a ponte tá quebrada, e até hoje não vieram consertar. O atendimento médico é num posto móvel de 15 em 15 dias, dez fichas para oito comunidades. Quem atendeu, atendeu, quem não, tem que esperar mais 15 dias. Ambulância? Se alguém precisar vai morrer, porque a gente aqui não tem ambulância, a gente depende [das ambulâncias] de outras comunidades para prestar um socorro ou então pagamos R$ 100,00 - quem não tem dinheiro fica sem atendimento; não vai ter o socorro prestado. Dentista aqui, eles só fazem a limpeza," relata.

As crianças para irem à escola acordam ainda de madrugada para dá tempo de pegarem o transporte em outra localidade. Quando estão maiores, normalmente deixam de estudar por causa das dificuldades. 

"As crianças têm que acordar as 03:30h da manhã para se arrumarem, saem daqui, e vão lá para o Alto pegar o carro para Cachoeira as 06:00h," informa.
Moradores pegando a água do rio | Fotos: Diário da Notícia
Bárbara ainda diz que a situação da água é uma das piores da localidade. "A água aqui do rio - pode vim prefeito, vereador e quem quiser vir confirmar que a água está ferrugem. A gente depende do carro-pipa que atende as comunidades de 15 em 15 dias."

Perguntada sobre a presença do prefeito Tato Pereira na comunidade, ela relata: "Ele não tá vindo na comunidade para saber o que está se passando. E ele sabe, porque já passaram pra ele a situação da água e da estrada também. A última vez que o prefeito veio aqui foi nas eleições," finaliza.
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