Deepfake: o nível mais alto das notícias falsas

Imagem: Folhe Arte | Folha de Londrina
Falsificações, danos à imagem ou fraudes aparecem como complementos nocivos dos DeepFakes. Um fenômeno digital que tem colocado em risco e de forma devastadora a veracidade e a confiabilidade na internet.

A tecnologia nos envolve diariamente sob várias formas e algumas de suas ferramentas podem ser bastante perigosas. Este é o caso dos DeepFakes. O nome deriva do acrônimo em inglês formado pelas palavras fake (falsificação) e Deep learning e surge da inteligência artificial. E já tem sido uma fonte de manipulação e notícias falsas.

O que é um DeepFake?

Pode ser definido como uma técnica de síntese da imagem humana baseada na inteligência artificial. É tão poderoso que é capaz de adaptar o rosto de uma pessoa em movimento no formato de um vídeo. Para simplificar, em qualquer vídeo, com uma base de imagens suficiente de uma só pessoa, você pode simular, sem dúvida, a participação dessa pessoa no vídeo. O realismo que pode ser alcançado é chocante.

Redes neurais são usadas para alcançar esses resultados. Essa rede interpreta a fotografia, converte-a em uma imagem abstrata que é impossível de interpretar e converte essa imagem em outra fotografia. É um processo repetido centenas de milhares de vezes e aprimorado com o uso. Desconstruindo e construindo constantemente.

No Brasil, os deepfakes se tornaram muito populares através de vídeos humorísticos. Neste sentido, um dos mais conhecidos e famosos no YouTube é o canal de Bruno Sartori, que é jornalista, editor de mídias digitais e estudante de direito. Ele deixa bem claro que seus vídeos são apresentações de humor e não são reais. Bruno Sartori foi responsável por fazer Bolsonaro cantar “O pintinho, piu” e "Xibom Bombom" e Luiz Inácio Lula da Silva dançar como Pabllo Vittar cantando “Parabéns”. E um dos mais engraçados, um vídeo com o humorista Gregório Duvivier entrevistando o ministro da Justiça, Sergio Moro.

Os perigos dos DeepFakes

Os danos que essa tecnologia pode causar são inúmeros. Envolvimento em crimes, falsificação de provas, representação, danos à imagem, notícias falsas, etc. A protagonista de Mulher Maravilha, Gal Gadot, foi uma das primeiras afetadas. Usando sua imagem em um vídeo pornográfico, sua participação nessa atividade foi simulada, fazendo com que milhões de pessoas caíssem na armadilha preparada. O mesmo aconteceu com Cara Delevigne ou Kate Perry. Várias plataformas tiveram que censurar esses vídeos.

Obama, Trump ou Merkel já viram como seus discursos são manipulados sem compaixão e emitidas mensagens contraditórias, que dentro de um processo eleitoral podem ser fatais para os interesses de um político.

Mais perigoso ainda pode ser um áudio DeepFake. No que pode ser o primeiro assalto a inteligência artificial do mundo, um áudio falso foi usado para imitar a voz de um executivo-chefe de uma empresa do Reino Unido para enganar seu subordinado e transferir mais de € 220.000 (cerca de 1,1 milhão de reais) para uma conta secreta. Funcionou.

Esse assalto é apenas uma prévia de como estamos despreparados para o cibercrime com inteligência artificial.
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