'Não é justo um menino tão bom morrer assim', diz parente de soldado assassinado

Foto: Betto Jr
Desde o início da tarde as homenagens já haviam começado. O pátio do cemitério da Quinta dos Lázaros, na Baixa de Quintas, em Salvador estava lotado antes mesmo das 14h. Familiares, amigos e companheiros de Exército de Fernando Silveira Gardiano, 21 anos, foram se despedir do jovem, que morreu depois de ser espancado e obrigado por traficantes a nadar numa lagoa na comunidade da Timbalada, no Cabula.Fernando era soldado do Exército e estava de férias quando o crime aconteceu. “Servir era um sonho dele.

Era um menino bom, que vai fazer falta. Uma convivência tranquila”, disse um amigo, que pediu para não ser identificado, já que o comando do Exército deu orientações para que nenhum membro da corporação desse qualquer declaração à imprensa. “Estamos respeitando o pedido da família para evitar exposição nesse momento. A família está abalada, em choque e não quer dar declarações”, disse a assessoria da corporação durante o velório.

De fato bastante abalados, os parentes mais próximos precisaram ser amparados em vários momentos da despedida. Vestindo uma camisa com a foto de Fernando, familiares chegaram a desmaiar durante a cerimônia. “Meu Deus, como pode? Não é justo um menino tão bom morrer desse jeito. Não é justo”, dizia um familiar durante o velório. “Meu soldado, eu não acredito”, disse outra. Por volta das 15h, o corpo de Fernando foi levado até o local do sepultamento.

A cerimônia foi realizada com todas as honraria e homenagens prestadas a oficiais do Exército. O caixão deixou a capela 11 carregado por oficiais fardados, que ainda conduziram o corpo do jovem em um cortejo lento, com direito a salva de tiros e banda de sopro. Um dos soldados que tocava, não conteve a emoção e precisou ser amparado por colegas depois das homenagens.

Durante o sepultamento, amigos de Fernando contaram à reportagem que o soldado sobrevivente também estava no local. Bastante abalado, o rapaz, identificado com Henrique Freitas, preferiu não falar com a imprensa, alegando também ter sido proibido pelo Exército. “Qualquer soldado, fardado ou não, que der uma declaração, estará descumprindo ordens do comandante”, disse a assessoria, que também confirmou a alta do outro soldado alvo do ataque.

Fonte: Correio da Bahia
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