MP investiga show de Gusttavo Lima com cachê de R$ 800 mil pago por prefeitura de cidade com 8 mil habitantes

Foto: Divulgação
O Ministério Público de Roraima informou nesta quarta-feira (25) que instaurou um inquérito para investigar a contratação de um show do cantor Gusttavo Lima no valor de R$ 800 mil pela Prefeitura de São Luiz. A apresentação está prevista para acontecer em dezembro, na 24ª edição da vaquejada na cidade, e também terá as participações da dupla Cesar Menotti e Fabiano e da cantora Solange Almeida.

Com população de cerca de 8 mil habitantes, São Luiz tem o segundo menor PIB do estado de Roraima, avaliado em R$ 147,6 milhões. A promotoria quer saber como os recursos foram arrecadados para pagar o evento e se haverá algum tipo de retorno para o município. No total, a vaquejada deve custar R$ 3 milhões aos cofres municipal. A Executivo local tem dez dias para enviar as respostas ao Ministério Público.

O sertanejo Gusttavo Lima tem o cachê mais alto do Brasil, chegando a cobrar até R$ 1 milhão por show. A contratação do artista repercutiu no Twitter, com um dos posts sobre o assunto alcançando 79 mil curtidas em 24 horas. "Cada habitante pagou cerca de 100 reais para o show acontecer. Idosos, bebês, todos pagaram. Claro que não precisam de Lei Rouanet", destaca um perfil que compartilhou a notícia do evento.

Procurada, a Prefeitura de São Luiz ainda não se manifestou sobre a repercussão do evento. A assessoria de Gusttavo Lima também foi questionada pelo R7, mas também não enviou resposta até a última atualização desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestações.

Justiça já cancelou shows suspeitos

Em abril, um show do cantor Wesley Safadão também virou caso na Justiça após o Ministério Público do Maranhão pedir a suspensão do evento contratado pela prefeitura de Vitória do Mearim, no norte do estado. A cidade tem 30 mil habitantes.

Após a contestação, o ministro Humberto Martins, do Superior Tribunal de Justiça, caracterizou o espetáculo como "lesão à ordem e à economia públicas". Ele afirmou que a despesa de R$ 500 mil é incompatível com a realidade orçamentária do município maranhense. Para o Ministério Público, a realização do evento comprometeria a oferta de serviços públicos básicos à população, já que as despesas seriam pagas com dinheiro público. O show do artista foi contratado sem licitação.

Fonte: R7

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