Família diz que jovem foi executado em Salvador pela Polícia Militar; PM contesta e SMS desmente versão de policiais

Um jovem, identificado como Fabiano Alves, de 23 anos, morreu após uma abordagem da Polícia Militar (PM), no Bairro da Paz, em Salvador. De acordo com a família da vítima, ele foi agredido e executado pelos policiais. Por outro lado, a PM relata uma troca de tiros. A ocorrência aconteceu na madrugada de domingo (05). Os familiares deram suas versões em uma reportagem exibida pela TV Aratu e publicada no Aratu On.

Segundo dona Marilene, mãe do jovem, ele estava na rua para comprar um lanche, e não estava com drogas no momento da abordagem, apesar de ser usuário de maconha. “Ele não sabe mexer com arma, ele também não tinha nada na hora. Independente de ser usuário ou não, a PM não pode matar alguém assim, tem que conduzir para a delegacia”, afirmou.

A mãe detalhou que estava em casa quando alguns amigos do jovem foram avisar que ele estava sendo levado pela polícia. “Me avisaram e saí correndo, quando cheguei lá, estavam com o joelho no pescoço dele. Jogaram ele no fundo do carro e ele me pediu: ‘por favor, mãe, não deixem eles me levarem’”, detalhou, em depoimento ao repórter Jean Mendes, da TV Aratu.

Segundo o pai do rapaz, José Roberto, Fabiano é usuário de drogas, mas não foi vítima de nenhuma queda da cadeira (entenda na versão dada pela Polícia), mas sim da ação dos policiais. “Eles bateram no meu filho, rodaram com ele mais de uma hora na viatura. Foi nessa uma hora que executaram ele. Depois empurraram ele da cadeira, para fingir que teria caído.”, disse o homem.

Versão da Polícia Militar

Segundo a PM, as viaturas estavam no local para averiguar uma troca de tiros na localidade, quando após os disparos, avistaram Fabiano com algumas escoriações no chão. A PM afirmou que próximos a ele estariam uma arma de fogo e algumas drogas. Ainda conforme as autoridades, ele foi levado até uma UPA. No posto médico, ele foi colocado em uma cadeira de rodas, onde, segundo a PM, ele acabou caindo e batendo a cabeça no chão, e foi a óbito.

Secretaria Municipal de Saúde contesta versão da PM

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) afirmou que o homem “deu entrada na unidade de emergência já sem os sinais vitais”:

“A Secretaria Municipal da Saúde confirma que F.S.A. foi levado para UPA Hélio Machado, em Itapuã, por uma guarnição da Polícia Militar, na noite desse último domingo (07). No entanto, a equipe médica constatou que o paciente deu entrada na unidade de emergência já sem os sinais vitais. Por isso não procede a informação de trauma craniano resultando em morte, ocasionado por queda dentro da unidade”.

Corregedoria da Polícia Militar

A PM, também através de uma nota, informou que um procedimento para apurar o caso já foi instaurado, e que a corporação irá “se posicionar após a conclusão do procedimento apuratório”:

“A Polícia Militar, através da Corregedoria, já instaurou um procedimento para apurar a ocorrência atendida por uma guarnição da 15ª CIPM no Bairro da Paz, na madrugada de domingo (5). A corporação irá se posicionar após a conclusão do procedimento apuratório”.

Uma manifestação foi realizada por moradores do Bairro da Paz, na noite desta segunda-feira, pedindo justiça e apuração dos fatos. (BNews/TV Aratu)

Siga o DdN no Facebook e Instagram. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp

Postagem Anterior Próxima Postagem

نموذج الاتصال