Atleta de fim de semana: jovem de 26 anos morreu após sofrer parada cardíaca durante maratona; especialista alerta sobre riscos de praticar esportes sem preparo físico adequado

Foto: Arquivo Pessoal 

Um jovem de 26 anos morreu após sofrer uma parada cardíaca durante uma maratona de rua realizada pelo grupo empresarial comandado pelo coach Pablo Marçal, no Alphaville, em São Paulo. A vítima foi Bruno da Silva Teixeira, que prestava serviço para uma das empresas. Ele havia partido para correr 42 km no dia 5 de junho em um desafio proposto de última hora. Segundo o Globo, a família da vítima pede justiça e cobra investigação. A Polícia Civil de São Paulo investiga o caso como "morte suspeita".

O futebol com os amigos no domingo ou aquela partida de vôlei na praia durante a folga podem trazer riscos à saúde quando praticados de maneira esporádica. Segundo o ortopedista do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), Marcus Vinicius Amaral, a falta de preparação física adequada dos chamados “atletas de fim de semana” aumenta os riscos de lesões ortopédicas. 

“Independente da idade, a pessoa que não se condiciona fisicamente para realizar um esporte de qualquer intensidade está exposta ao risco de lesões que variam desde simples dores musculares pós-esforço a lesões mais graves, como as de tendão, de ligamento, de cartilagem e até mesmo fraturas”, destaca o chefe da Divisão de Traumatologia e Ortopedia do INTO. 

Para não abrir mão do esporte preferido aos fins de semana, a recomendação é ampliar o condicionamento físico nos dias anteriores. De acordo com o especialista, qualquer atividade que trabalhe a mobilidade articular, alongamento, resistência e tônus muscular, ajuda a ampliar a capacidade cardiorrespiratória e musculoesquelética direcionada ao objetivo do esporte escolhido e o ideal é que ela seja praticada rotineiramente.

“Um futebol no sábado, por exemplo, que pode durar uma hora e meia, requer que o indivíduo esteja preparado fisicamente para um jogo de noventa minutos que inclui aceleração, desaceleração, salto, mudança de direção, chute. Envolve flexibilidade e agilidade e, portanto, a pessoa não pode escolher um método de preparação que deixe seu corpo pesado e rígido”, ressalta o ortopedista.

É importante não confundir a prática desportiva com a prática de exercício físico. O médico explica que o esporte - atividade voltada para a competição - demanda um nível de esforço específico relacionado aos gastos desportivos da modalidade praticada e, por isso, exige um condicionamento adequado aos objetivos, à condição física e às comorbidades de cada indivíduo. 

“O exercício físico está relacionado a atividades de movimento. Movimentar o corpo é saudável em qualquer intensidade, a qualquer momento. Uma simples caminhada ou pedalada traz benefícios para a saúde”, afirma o médico.

Ele explica ainda que, se as atividades forem realizadas apenas durante o fim de semana, é importante dar preferência àquelas de baixo impacto, para não gerar nenhum tipo de sobrecarga ao corpo e consequentes lesões. “Com a preparação física adequada, que envolve tanto a parte cardiorrespiratória quanto o sistema musculoesquelético, a prática de esportes se torna segura e aliada importante para a melhoria da qualidade de vida e longevidade”, conclui o ortopedista

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