Procurador do município da Cachoeira processa o ex-prefeito Tato Pereira

Edgar Henrique e Tato Pereira | Foto: Boca de Forno News 
O ex-prefeito da cidade de Cachoeira, Fernando Antonio da Silva Pereira (Tato), havia ido ao programa Rádio Total, da Paraguassú FM 102,7, para responder as acusações do advogado Edgar Henrique, procurador do município, de que ele não teria feito a prestação de contas de alguns convênios firmados com o Governo do Estado, dentre esses o PETE-BA, Programa Estadual do Transporte Escolar no Estado da Bahia. A atual gestão disse que por esse motivo não estava mais recebendo verbas estaduais e mesmo assim estava mantendo o transporte escolar.

Segundo Tato, em seu direito de resposta, na última sexta-feira (11/08), isso não aconteceu. “Nós tínhamos uma pessoa que cuidava justamente da prestação de contas. Prestamos conta de tudo. Eu não quero mais falar nada desse governo mentiroso”, disse sobre a atual gestão da prefeita Eliana Gonzaga (Republicanos).

Citando exemplo das mentiras, Tato disse que a Prefeitura afirma contratar um cantor para um local e ele nunca vai a ele. “O tempo inteiro eles tentam fazer com o que seus erros sejam dos outros. Eu recebi muito pouco do transporte escolar. O Governo do Estado me deveu quatro anos de transporte escolar e eu pagava com recursos próprios sem atrasar nenhum mês. Coisa que é diferente nesse governo que já tem três meses de pagamento atrasado dos ônibus”.

Sobre o advogado Edgar Henrique, Tato disse que o “conhecia muito bem”. “Ele foi presidente da Câmara de Governador Mangabeira, fez o compromisso de me apoiar, pegou os recursos em minhas mãos e depois me passou a perna. Conheço ele muito bem. Quando o governo é ruim só traz gente ruim, desqualificada para estar junto com ele”, acusou.

Resposta do procurador

Em seu direito de resposta na Rádio Paraguassú FM 102,7, o advogado e procurador de Cachoeira, Edgar Henrique, respondeu a Tato. “Ele mesmo me procurou para pedir o meu apoio e depois disse que eu não presto. Isso é contraditório. Eu jamais pediria apoio a quem não presta. Se eu procuro contato com alguém que não presta, é porque eu também não presto. Mas não é o que aconteceu com o ex-prefeito porque ele me procurou porque eu presto e ele sabe que eu presto”.

Na ocasião, Edgar disse que tinha um programa de rádio e estava presidente da Câmara de Vereadores de Governador Mangabeira. “Ele implorava para ser entrevistado por nós tendo em vista nossa audiência. Concedeu entrevista a nós e no final disse que tinha vontade de ser candidato a deputado e se eu poderia apoia-lo. Eu respondi que tinha um compromisso político com o deputado federal Paulo Magalhães, a quem fui apresentado através da ex-prefeita de Maragogipe, Vera da Saúde. Disse também que seria Paulo que definiria quem seria meu deputado estadual e que por isso eu não poderia firmar qualquer tipo de compromisso com ele, que foi o que aconteceu”. Edgar apoiou Alan Sanches para quem, sozinho, segundo ele, conseguiu transferir 660 votos e 651 a Paulo, numa votação casada.

O procurador reafirmou que não firmou qualquer compromisso com Tato e disse que ele terá a oportunidade de provar o que disse. “Sou advogado desde 2008. Costumo dizer que o lugar de se resolver disse-me-disse, fofocas e acusações é nos tribunais e eu já ajuizei uma ação contra o ex-prefeito. Ele terá a oportunidade de provar o que ele me deu de valores, quando me deu, quanto me deu e em que conta depositou. E se ele me deu vou devolver e vim aqui dizer que recebi. Se ele não me deu vai ser julgado, condenado e vou voltar aqui para dizer que ele mentiu porque caluniou e injuriou. É assim que eu trabalho, com a verdade”, disse.

Como prova de que não estava mentindo e rebatendo o ex-prefeito que disse que não devia nada ao PETE, o procurador leu notificações e documentos que provam "que foi ele quem mentiu". Os documentos foram enviados pelo Programa de Ação de Parceria Educacional do Estado Fundeb Municipalização / Unidade de Coordenação de Prestação de Contas (CPC) afirmando o não cumprimento das obrigações relativas à prestação de contas do Programa citado, que disciplina a transferência de recursos financeiros diretamente aos municípios para articular as ações educacionais da Secretaria e o município por meio do convênio 045/2017, exercício 2019 e cobrando diversas documentações e notas fiscais. “Quem era o prefeito em 2017 e 2019? Tato Pereira. O programa cobra despesas que foram feitas sem nem apresentação de notas fiscais. Quem fala a verdade não merece castigo”.

Antonio Henrique Freire Leite, como diretor de Finanças, e Alaíde Sacramento Ferreira do CPC são as pessoas que assinam o documento, diz o advogado. “Quando a pessoa tem complexo de superioridade, ninguém presta. Só ele presta. Ele disse que o sobrinho havia sido o pior prefeito da história de Cachoeira. Depois foi Raimundo Leite e agora é Eliana. Qual a escala de pior na cabeça do ex-prefeito? Ele entende a diferença? O pior era o máximo. Se tem três piores, como é que funciona essa lógica? Que superlativo é esse? Quer dizer que o melhor era ele? No município que tem a maior defasagem salarial do Recôncavo Baiano? Os piores salários de servidores públicos são pagos aqui em Cachoeira e estamos mudando isso agora com a prefeita Eliana, que começou pagando os benefícios da educação, as licenças-prêmio que nunca tinham sido pagas. Pessoas que se aposentavam sem jamais ter recebido”, diz.

Em Cachoeira, lembra Edgar, as pessoas tinham medo de falar do gestor. “Reinava o império do medo. Hoje não existe isso em nosso município. Ele me agrediu porque o último recurso de quem não tem argumento é a violência. E foi assim que foi feito política aqui nessa cidade: na truculência, na violência, no medo, na ameaça. Ele me conheceu no rádio trabalhando pelo povo e na Câmara fazendo concurso público e moralizando Governador Mangabeira. Ele me conheceu trabalhando como advogado cuidando de quem precisa e de quem merece”.

Já Edgar disse ter conhecido o ex-prefeito como o Brasil, muitas vezes nas páginas policiais dos jornais da Bahia, Brasil e mundo. “Eu nunca fui acusado de cometer crimes. Ninguém nunca disse que tinha medo de mim ou me associou a tentativa de nada porque eu não trabalho dessa forma. Ele me agrediu porque eu disse que Cachoeira vive um novo tempo. A gestão da prefeita é perfeita? Não. Nenhuma é e jamais será. No dia que isso acontecer é porque o gestor é perfeito e perfeito só o nosso Senhor Jesus Cristo. A gestão da prefeita, mesmo com as suas imperfeições, é humana e fala sobre o seu compromisso de cuidar de Cachoeira”, ressalta.

O procurador disse ainda que Tato está acostumado a estar nos tribunais. “É só consultar seu nome no PJE e ver que ele responde a uma porrada de processos, em sua maioria como réu. Estou dizendo isso porque é uma consulta pública. Se colocar o meu nome vai aparecer o meu nome, mas como advogado, profissional, defensor. Pessoa que tem educação e respeita as pessoas e por respeitar, aprendi que quem tem vergonha não envergonha o outro. Agora, falar a verdade não é envergonhar”.

Ele finalizou dizendo que torce para que a cidade de Cachoeira tenha se desopilado desse império do medo e que merece mais quatro anos de Eliana. “E minha candidata é ela, não seria diferente. E que no futuro venham outros nomes para candidatos a prefeito que não olhe para o retrovisor porque a cidade tem homens e mulheres com competência, garra e capacidade para governar essa cidade. Errando ou acertando, o que não pode é se tornar refém de um capitão do mato que está com saudade do poder, mas não esconde o seu chicote na mão para continuar açoitando aqueles que se voltarem contra ele. Essa fase passou e não mais voltará em Cachoeira, em nome de Jesus”, concluiu. Informações do Boca de Forno News.

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