O Samba sem-teto de Cachoeira

*Por Alzira Costa
Promessas são muitas, desde a década de 1970. Contudo, o mais tradicional samba de roda de Cachoeira, o Suerdieck, fundado pela quase centenária Dona Dalva Damiana de Freitas, segue resistindo sem uma sede própria.

Não faz muito tempo, mais uma promessa não foi cumprida (veja aqui). Havia rumores da doação de um imóvel pertencente a um órgão do governo do estado, no entanto, para a surpresa de todos, o prédio foi parar em outras mãos.

O grupo cultural já conseguiu uma área para a construção da sua sede própria, porém, faltam recursos para que o projeto saia do papel.

O samba de roda sem-teto foi uma das referências do Recôncavo para as pesquisas que resultaram no reconhecimento do estilo musical como patrimônio cultural imaterial da humanidade pela Unesco, e nacional pelo Iphan.

É em um dos quartos da casa de Dona Dalva que vestimentas, adereços, fotografias, documentos, recortes de jornais e livros que registram a história do Suerdieck encontram-se amontoados, apesar do zelo da sambadeira. Além do acervo do samba de roda, Dona Dalva também guarda em sua casa, adereços do Terno de Reis, criado por ela.

Com participação ativa para a cultura de Cachoeira, Cidade Histórica, Monumento Nacional, a compositora, cantora e sambadeira, teve a sua contribuição reconhecida pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, com a outorga do título de Dra. Honoris Causa.

A inexistência de uma sede tem impedido o grupo cultural comandado pela Dra. Dalva Damiana, dar prosseguimento as suas atividades, como ensaios, cursos e apresentações. Quem perde com isso é a cultura do Recôncavo, da Bahia e do Brasil.

*Alzira Costa é jornalista, moradora de Cachoeira, no Recôncavo Baiano 

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