Tarifas de Trump têm efeito contrário e destroem empregos industriais nos EUA

Medidas que prometiam reindustrializar o país reduziram exportações, encareceram insumos e provocaram fechamento de vagas no setor manufatureiro.

Foto: Reprodução 
As tarifas impostas por Donald Trump com a promessa de reviver a indústria americana estão provocando efeitos contrários ao esperado. Lançado em abril, o pacote de medidas elevou os custos de importação de insumos e matérias-primas essenciais para a manufatura, o que resultou em queda nas exportações, perda de competitividade e demissões em massa no setor industrial.

Segundo dados recentes, as importações de suprimentos industriais, como aço, alumínio e componentes chineses, caíram US$ 14,4 bilhões entre março e julho, comprometendo a produção e as vendas externas. Quase dois terços das exportações dos Estados Unidos dependem desses insumos, e o encarecimento dos produtos reduziu a presença americana nas cadeias globais de fornecimento.

O economista Richard Baldwin, do National Bureau of Economic Research, afirma que as tarifas provocaram um “aperto manufatureiro”, situação em que as empresas enfrentam custos crescentes para produzir e vender. Países como Canadá e México têm se beneficiado da retração americana, ampliando suas participações no mercado internacional.

De abril a agosto, os Estados Unidos perderam 42 mil vagas industriais, e a tendência preocupa o governo e especialistas. As tarifas médias efetivas chegaram a 17% — o maior patamar desde 1936, segundo o Budget Lab da Universidade de Yale, que projeta uma queda de 0,5 ponto percentual no PIB em 2025 e outra em 2026, além da eliminação de cerca de 490 mil empregos.

O impacto também atinge os consumidores. As famílias americanas devem perder, em média, US$ 1.800 em renda neste ano, e os 10% mais pobres já registram queda de 2,7% no poder de compra, três vezes maior que a do grupo mais rico.

Além de afetar a economia doméstica, a guerra tarifária de Trump já causa perdas globais estimadas em US$ 23 bilhões em 2025 e mais US$ 15 bilhões em 2026, segundo levantamento da Thomson Reuters. (Folha de S. Paulo)

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