Após exibir filme sobre cultura negra em sala, professora é ‘denunciada’ por pai de aluno

Foto: Reprodução | Facebook
Uma professora de Macaé, Sabrina Luz, foi denunciada na ouvidoria da prefeitura por passar um filme, para os seus alunos, que aborda temas sobre a cultura negra. A profissional do Colégio municipal Professora Elza Ibrahim, no bairro Ajuda de Baixo, colocou a obra para os alunos do 6º ano, que tem em média 12 anos, durante a aula de Geografia.

De acordo com informações do Extra, a denúncia foi feita no final de maio por um pai de aluno que não se identificou. Sabrina Luz contou que ficou sabendo do processo através da sua diretora e que essa tinha sido a primeira vez que denunciaram anonimamente sua aula. O filme exibido pela professora foi “Besouro”, que fala sobre a vida de Besouro Mangangá, um capoeirista brasileiro da década de 1920.

Segundo Sabrina, a obra é baseada em fatos reais sobre um levante no Recôncavo Baiano liderado pelo capoeirista. A prefeitura não revelou o teor da reclamação do pai do aluno, mas a professora acredita que o problema esteja relacionado ao assunto do longa que aborda as religiões afro brasileiras.

Através de um vídeo nas redes sociais (veja abaixo), a profissional revelou a denúncia e já conseguiu atingir 47 mil visualizações. A partir da publicação, mobilizações foram realizadas por educadores em prol da defesa do cumprimento da lei que torna o ensino da história e da cultura afro e indígena no Brasil obrigatória.

Ainda de acordo com o site, a Prefeitura de Macaé afirmou que não irá abrir um processo contra a professora. Em nota, informou que a secretaria de Educação “cumpre a Lei.10639/2003 que trata da Cultura Afro Brasileira e a 11645/2008 que trata da história e cultura dos povos indígenas, bem como mantém a Coordenação de Diversidade, garantindo a inclusão no currículo oficial da rede e execução de programa de Cultura Afro Brasileira e Indígena”. Além disso, ela alega que “é dever da secretaria também responder aos questionamentos que lhe sejam encaminhados pelos cidadãos, através da Ouvidoria, quanto a práticas pedagógicas, adequação de conteúdos, entre outros”.

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