Com medo, motoristas de aplicativo deixam de rodar e selecionam corridas

Foto: Arisson Marinho
Eles estão na companhia do medo. Após a chacina que vitimou quatro motoristas de aplicativo em Mata Escura, os demais integrantes da categoria que rodam em Salvador estão apavorados. Alguns não entram em certos bairros.

Em outros casos, só circulam na via principal. Motorista de aplicativo há dois anos, André da Paixão 37, disse que não atende mais chamados para os bairros da Mata Escura, Jardim Santo Inácio, Tancredo Neves, Nordeste de Amaralina e Santa Cruz.George Pururuca, 45, também motorista, disse que só pega alguns passageiros em na via principal de bairros como Itapuã, Cajazeiras e Suburbana. "As pessoas não gostam, mas é preciso.

Não entro em becos e vielas. Se não gostar, cancelo", declarou. É nessa época de Natal que as corridas ficam mais caras - o valor é dinâmico devido ao aumento da quantidade de chamadas.A recusa das corridas diante do medo de entrar em determinadas localidades é a única saída vista pelos motoristas, mas preocupa. É que a plataforma trabalha com taxas percentuais de aceitação e cancelamento de corridas. Uma taxa de cancelamento muito alta pode deixar o motorista sem trabalhar.

Carlos relatou que já foi, inclusive, vítima de um assalto junto com passageiros e que passou a cancelar algumas corridas apesar da taxa. “A plataforma, ela não quer saber. Tem até um formulário lá para você justificar, mas a sua taxa baixa da mesma forma”, explicou ele, que relatou ainda a insegurança na identificação dos passageiros. “A gente chega pra pegar um passageiro e tá lá o nome ‘hahaha’. Se fosse o contrário e chegasse outro motorista, outro carro, o passageiro não ia entrar. Mas nós somos obrigados a aceitar” reclamou.

Fonte: Correio da Bahia
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