90 dias após temporal na Bahia, sobreviventes lutam contra traumas e descaso do poder público

Foto: Reprodução
Em luto pelas mortes, espremidos em casas de terceiros, morando em escolas ou abrigos improvisados. Esta é a situação dos habitantes de mais de 150 cidades baianas três meses após as grandes enchentes que afetaram o estado no fim do ano passado. 

Considerada a maior tragédia contemporânea da Bahia, as chuvas provocaram 27 mortes, deixaram 523 pessoas feridas, 25.901 desabrigados e 58.691 desalojados. Os números ganham contornos mais dramáticos e comovem diante de histórias reais. Entre os óbitos desta catástrofe estão Cícero, um menino de nove anos, e Cecília, de apenas quatro. 

Os dois foram encontrados soterrados no deslizamento de uma casa em Itamaraju, extremo sul do estado, após duas horas de busca. Arrasados, os pais não falam sobre o assunto. Keila Lima, tia dos garotos, tenta explicar o sofrimento remanescente na família desde a confirmação das mortes. “É muito difícil, principalmente para a mãe e o pai. Dos três filhos, dois se foram. Até hoje eles sofrem bastante”. 

Ela conta que a família, além de passar por dificuldades financeiras, chora as perdas precoces diariamente. Desde a morte dos filhos, no entanto, eles tiveram que continuar trabalhando para reparar os danos da casa. “Não tem jeito. Infelizmente, a rotina tem que voltar”, lamenta Keila.

Fonte: Metro 1
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