Uma mulher acusada de homicídio em 2012 foi inocentada após esperar 12 anos por julgamento. O caso aconteceu em Valença, a 76 km de Santo Antônio de Jesus. Rosália Maria Negrão Pita foi absolvida no tribunal do júri no dia 24 de setembro de 2024. A defesa foi feita pela própria filha da acusada, Camila Pita, que se formou advogada durante o período em que a mãe aguardava julgamento em liberdade. As informações são do UOL.
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Foto: Agência Pública | UOL |
De acordo com o inquérito policial, Rosália foi inicialmente ouvida como testemunha da morte de José Antônio, mas, no mesmo dia, passou à condição de suspeita. O laudo pericial revelou resultado negativo para resíduos de chumbo nas mãos tanto da vítima quanto de Rosália. Apesar disso, foi detectada presença de sangue no vestido da acusada, o que ela explicou ter sido por tentar socorrer o namorado.
A defesa argumentou que não havia provas materiais nem testemunhas do crime. Um parecer técnico do médico legista Luis Carlos Cavalcante Galvão, contratado pela defesa, reforçou que a presença de sangue era compatível com a narrativa de socorro prestado à vítima. Ainda assim, o juiz Reinaldo Peixoto Marinho aceitou os indícios para levar o caso a júri popular.
O advogado Fabiano Pimentell, também integrante da defesa, declarou: “Destaca-se a ausência de pólvora nas mãos ou no vestido de Rosália e nenhum elemento mínimo probatório que a vinculasse ao disparo”. Ele afirmou que Rosália colaborou com todas as etapas da investigação.
A filha, Camila Pita, dedicou anos de estudo e atuação jurídica até chegar ao tribunal do júri, onde assumiu a linha de frente da defesa: “Nos dias que antecederam o julgamento, meu foco e determinação eram tão grandes […] que eu mal conseguia me alimentar e dormir”, contou.
Rosália, ao falar pela primeira vez à imprensa, afirmou: “Ter minha filha ali comigo foi motivo de muito orgulho”.
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