Mais de 2 milhões de crianças estão fora da creche por dificuldade de acesso

Apesar do aumento de matrículas em creches no Brasil, um estudo revela que milhões de crianças, principalmente das famílias mais pobres, ainda não têm acesso, acentuando desigualdades regionais e socioeconômicas.

Foto: Reprodução 
Um estudo da ONG Todos Pela Educação, utilizando dados da PNAD Contínua e do Censo Escolar, expõe a grave problemática do acesso à creche no Brasil. Apesar de um aumento no número de matrículas entre 2016 e 2024, a pesquisa revela que a disparidade no acesso se aprofundou, deixando milhões de crianças, especialmente as de famílias mais pobres, sem acesso a esse serviço fundamental. A taxa de atendimento de 41,2% para crianças de até 3 anos fica muito abaixo da meta de 50% estabelecida pelo PNE, demonstrando a urgência de políticas públicas mais eficazes.

A pesquisa destaca a enorme diferença entre o atendimento às crianças de famílias ricas e pobres, com uma diferença de quase 30 pontos percentuais. A falta de vagas e a distância das unidades são os principais obstáculos para as famílias de baixa renda, enquanto a escolha dos responsáveis é o motivo predominante entre as famílias mais abastadas. A situação é ainda mais preocupante para bebês de até um ano, com apenas 18,6% de atendimento.

As desigualdades regionais também são evidenciadas, com o Norte e o Nordeste apresentando os piores indicadores. Embora a pré-escola apresente taxas de atendimento mais elevadas, a exclusão de mais de 329 mil crianças em 2024 demonstra a necessidade de investimentos contínuos e focados na garantia do direito à educação para todas as crianças brasileiras, independentemente de sua condição socioeconômica ou localização geográfica.

Pontos principais da notícia:

* Mais de 2,3 milhões de crianças de até 3 anos estão fora da creche devido à falta de vagas ou unidades próximas.

* A desigualdade de acesso entre crianças de famílias ricas e pobres aumentou significativamente, com apenas 30,6% das crianças mais pobres frequentando creches, contra 60% das mais ricas.

* A taxa de atendimento em creches é muito baixa (41,2%), abaixo da meta do Plano Nacional de Educação.

* A situação é mais crítica para bebês de até 1 ano (18,6% de atendimento) e nas regiões Norte e Nordeste.

* Enquanto a pré-escola apresenta taxas de atendimento mais altas (94,6%), ainda há mais de 329 mil crianças fora da escola em 2024, com a dificuldade de acesso sendo a principal barreira para famílias mais pobres.

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