Os mortos na tragédia em Brumadinho: 84 corpos localizados, 67 identificados

 Foto: Reprodução
A tragédia do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG) deixou ao menos 84 mortos, dos quais 67 foram identificados até a última atualização desta reportagem. No entanto, 46 tiveram os nomes divulgados. Há também uma lista de pessoas desaparecidas e uma lista com pessoas resgatadas vivas.

A médica Marcelle Porto Cangussu, a primeira vítima identificada, tinha completado 35 anos no dia anterior à tragédia. Ela trabalhava na Vale desde 2016 e não estava escalada para trabalhar na sexta, mas foi chamada de última hora. O corpo de Marcelle foi enterrado no domingo, em Belo Horizonte.

Jonatas Lima Nascimento era de Congonhas, na Região Central de Minas, tinha 36 anos e trabalhava no setor de carregamento da Vale. A vítima deixa a esposa e dois filhos, uma garota de 11 anos e um menino de 5.

Segundo a cunhada Driely Mariely, o corpo foi encontrado no caminhão em que Jonatas trabalhava. "A família está bem abalada, principalmente porque ele estava no IML desde ontem [sexta-feira] e o nome dele ainda estava na lista de desaparecidos neste sábado".

Jonatas deve ser sepultado no domingo. Leonardo Alves Diniz morava em Sarzedo, na Grande BH, tinha 33 anos, era casado e pai de um menino de 7 anos. Foi funcionário da Vale durante mais de 10 anos, como técnico em manutenção. Ele estava de folga e foi convocado para o plantão. O corpo dele foi enterrado no domingo, no Cemitério Bom Jardim, em Mário Campos. Willian Jorge Felizardo Alves tinha 36 anos. Parentes dele postaram nas redes sociais que o enterro ocorreu no domingo, no Cemitério da Paz.

Ele trabalhava na barragem da Vale. Wellington Campos Rodrigues tinha 53 anos, era analista de sistemas e trabalhava como funcionário terceirizado da Vale. Deixou três filhas, de 13, 20 e 25 anos. Segundo o irmão informou ao G1, ele foi identificado por meio de impressão digital. Nas redes sociais, uma das filhas postou: "Vá em paz, pai!!! O Senhor já te aguarda!!" Adriano Caldeira do Amaral era casado e tinha dois filhos. A mulher dele, Ana Flavia Silva, fez um post emocionado de despedida.

"Meu amor, lembra da gente ainda bem jovem, eu e você, tantos sonhos, tantos planos. Começamos juntos de mãos dadas, descobrimos o mundo juntos, eu e você. Nos casamos, você preparou tudo, a nossa casa, nossa!!! E quando veio o nosso primeiro filho, Davi , o nosso presente de Deus... e que presente!!! Gostamos tanto que veio a Lis, nossa princesa.

Nosso amor se multiplicou", escreveu a mulher. Daniel Muniz Veloso, de 29 anos, nasceu e cresceu em Coração de Jesus, no Norte de Minas, e trabalhava em uma empresa terceirizada que presta serviço para a Vale. A mulher de Daniel está grávida de oito meses do primeiro filho do casal. Em entrevista ao G1, antes da confirmação da morte, Deiviane Muniz Veloso, irmã de Daniel, afirmou que o irmão temia que um acidente acontecesse.

Segundo a família, Daniel aguardava o nascimento de Artur para pedir a transferência. "Eles levaram meu irmão para mina inteiro e me devolveram ele machucado, sem vida", disse Deiviane. Renato Rodrigues Maia era técnico de segurança na Vale. O enterro foi realizado nesta segunda-feira. Patricia Rodrigues Maia, irmã de Renato, diz que, além da dor da perda do irmão, outro parente está desaparecido. "A sensação é péssima, horrível.

 É um ente querido que não volta mais. O cunhado da minha irmã também desapareceu", lamentou ela. Djener Paulo Las-Casas Melo, de 31 anos, morava em Brumadinho e trabalhou na Vale nos últimos dois anos como operador de máquinhas. Após 13 anos de namoro, estava de casamento marcado para junho de 2019. Ao G1, a noiva de Djener, que não quis se identificar, disse que, apesar de tímido, ele era carinhoso e ligado à família que mora em Brumadinho.

"Estava tudo acertado para casamos agora em junho. Ele era maravilhoso, sempre solícito e cuidadoso comigo, com a família e com os amigos. Não tem explicação a falta que ele vai fazer nas nossas vidas", completou a noiva. Maurício Lauro Lemos era casado e tinha um filho. Nas redes sociais, o irmão escreveu: "Irmão, pai, esposo dedicado à familia".

Outra mensagem diz: "Vida inteira em função de sua família e que teve um fim tão trágico para um ser humano digno. Infelizmente para familiares e amigos que terão que assistir a um enterro de caixão fechado, sem o direito de se despedir com a mínima dignidade." Francis Marques da Silva era técnico em manutenção em uma empresa terceirizada da Vale. Era casado e tinha uma filha de 4 anos. Eliandro Batista de Passos, de 33 anos, era um funcionário terceirizado da Vale.

Ele deixa uma filha de 13 anos. Sexta-feira passada, porém, era para ter sido um dia de folga para Eliandro, segundo afirmou uma sobrinha dele. "Meu tio estava de folga e foi chamado para o trabalho. Ele trabalhava com asfalto. Na verdade, trabalhava com muitas coisas e sempre teve vontade de vencer pela oportunidade de trabalhar. Ele ia longe buscar trabalho. Quando recebemos a notícia, eu quase não acreditei", lamentou Jéssica Passos. O engenheiro Marcelo Alves de Oliveira completou 46 anos em 9 de janeiro e, segundo a irmã, era "guerreiro e batalhador".

Nascido em Santos, no litoral de São Paulo, ele foi morar na cidade mineira com a esposa há alguns meses para trabalhar em uma obra de uma terceirizada da Vale. "Era engenheiro, pagou os estudos, era o sonho dele se formar em engenharia. Ele estava atuando em uma terceirizada da Vale. Estava todo feliz", afirmou Marcia, irmã de Marcelo. O corpo do engenheiro chegou à Baixada Santista nesta segunda-feira (28). David Marlon Gomes Santana, de 24 anos, era caldeireiro da Vale.

O corpo dele foi enterrado na manhã desta segunda-feira (28), no Cemitério Parque das Rosas, em Brumadinho. A prima dele, Larissa Santana Leite Galvão, contou que a mãe e o irmão dele estavam muito abalados, e que o caixão do jovem não pôde ser aberto porque o corpo estava em estado de decomposição. Wanderson Soares Mota tinha 32 anos e trabalhava na Vale há 10 anos. Natural de Filadélfia, no Tocantins, estava prestes a deixar a pedir demissão do trabalho.

Segundo a irmã, Maria de Fátima Soares, na quinta-feira (24) ele havia ligado para a vó dizendo que aguardava apenas quitar uma dívida para sair. O corpo será enterrado enterrado no Tocantins. O mecânico Edgar Carvalho Santos, de 45 anos, perdeu a mãe no dia 22 de janeiro. Três dias depois, a família teve outro baque com a morte do morador de Brumadinho, que era casado e pai de duas filhas. “Em três dias perdi minha mãe e ele”, disse o irmão Rafael Carvalho Santos, logo após o sepultamento do irmão.

"Ele era brincalhão com todos, estava sempre à disposição." Cláudio José Dias Rezende era funcionário da Vale há oito anos. Ele deixa uma mulher, Dayane Medeiros Dias Soares, com quem era casado há seis anos, e um filho, de 5 anos. Dayane contou que brincou com o marido sobre ter mais um filho na última conversa que teve por telefone, pouco antes do rompimento da barragem. Segundo a mãe de Cláudio, Mercia, ele entrou na Vale como estagiário de técnico mecânico há oito anos.

“A vida profissional dele, de técnico e de engenheiro, é toda dentro da Vale”, disse a mãe, que também já havia trabalhado na Vale. “Todo mundo que trabalha na Vale onde tem barragem, onde tem detonação, trabalha preocupado.” Fabrício Henriques da Silva tinha 27 anos e trabalhava há cinco meses para uma empresa terceirizada pela Vale. Morador de Brumadinho, teve o corpo enterrado no domingo (27). Duane Moreira de Souza morreu no mesmo dia em que completava 33 anos, na sexta-feira.

O fim de semana que seria de comemoração em família virou tragédia no rompimento da barragem da Vale em Brumadinho. "Eu até conversei com ele no dia anterior: 'Vai trabalhar no dia do aniversário'? Ele disse: 'Fazer o que, né?'", contou Jessica Souza Matos, irmã de Duane. Uma tia, que festejaria 56 anos no domingo, está entre os desaparecidos. Eva Maria de Matos trabalhava como funcionária terceirizada no refeitório que foi soterrado pela lama no rompimento da barragem.

"Só aí são dois parentes. Isso é total irresponsabilidade da Vale. Como é que deixa um refeitório logo embaixo da barragem", questionou ela, chorando em seguida. Cleosane Coelho Mascarenhas morava com o marido, o empresário Márcio Mascarenhas, na pousada deles, a Nova Estância. Ele e um filho, Márcio Mascarenhas Filho, seguem desaparecidos.

A pousada, destino disputado por turistas e até por famosos, foi completamente devastada. Reinaldo Fernandes Guimarães tinha 31 anos e trabalhava na Pousada Nova Estância. Ele deixa mulher e das duas filhas. Sirlei de Brito Ribeiro tinha 48 anos e era professora há 10 anos na faculdade local, secretária municipal e também já foi coordenadora do Núcleo de Práticas Jurídicas da Câmara de Brumadinho.

Márcio Mascarenhas faria 75 anos nesta quinta-feira (31) e era proprietário da pousada Nova Estância, que foi soterrada pela lama da barragem Córrego do Feijão.

Fonte: G1
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